Dólar tem volatilidade, após operar abaixo dos R$ 4,80 e Bolsa sobe, com guerra na Ucrânia e projeções do BC no foco - Tempus News

Dólar tem volatilidade, após operar abaixo dos R$ 4,80 e Bolsa sobe, com guerra na Ucrânia e projeções do BC no foco

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Após furar o patamar de R$ 4,80 na parte da manhã, o dólar alterna altas e baixas e a Bolsa sobe nesta quinta-feira. No pregão em que a guerra da Ucrânia completa um mês, os mercados monitoram possíveis anúncios de novas sanções contra a Rússia, enquanto, na cena interna, o destaque vai para a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central (BC).

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Por volta de 13h30, a moeda americana tinha alta de 0,13%, negociada a R$ 4,8496, após atingir a mínima de R$ 4,7655

O dólar não operava abaixo de R$ 4,80 em um pregão desde o dia 13 de março de 2020, quando chegou a ser negociada a R$ 4,6445. Na véspera, o dólar fechou no menor patamar em dois anos.

Até o fechamento do pregão de ontem, a divisa já acumula queda de 13,11% no ano. O dólar tenta engatar o sétimo dia consecutivo de baixa.

O real, por sua vez, segue se beneficiando da elevação dos preços das commodities e do difrencial de juros locais em relação ao exterior.

Segundo profissionais de mercado, o dólar ganhou força após a apresentação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, ser lida como mais dovish, favorável aos estímulos.

Durante sua fala, Campos Neto, sinalizou a maior probabilidade de encerrar o ciclo de aperto monetário depois da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), pois os membros do Comitê já sinalizaram um comprometimento com nova alta da Selic na casa do 1 ponto percentual.

No mesmo horário, o Ibovespa tinha alta de 1,20%, aos 118.869 pontos. Além das empresas ligadas a commodities, papéis de tecnologia e de companhias ligadas a economia local ajudavam a Bolsa.

No front geopolítico, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, participa de reuniões com os líderes dos países da organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da União Europeia e do G-7, em busca de apertar o cerco contra os russos.

Na falta de perspectiva para a resolução do conflito, os investidores ficarão atentos a possibilidade de novas punições à Rússia, especialmente, no mercado de energia. As sanções já pressionam os preços do barril de petróleo há semanas.

A commodity, inclusive, voltou para o patamar dos US$ 120 o barril na quarta-feira, mas apresenta queda no pregão.

Estouro da meta

Na cena interna, os agentes de mercado repercutem as projeções do BC contidas no RTI.

O BC manteve sua previsão de crescimento para este ano em 1% e apontou dois cenários para a inflação em 2022. Em ambos, o índice de preços fica acima da meta estipulada para este ano.

Os dois cenários desenhados pelo BC consideram diferentes preços do barril de petróleo. No primeiro, o barril ficaria mais caro, acima dos US$ 118 dólares até 2023. Já no segundo, o barril terminaria 2022 em US$ 100 e aumentaria aos poucos no ano seguinte.

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No caso do barril mais caro, a inflação ficaria em 7,1% em 2022 e 3,4% em 2023 e a probabilidade de ficar acima do teto da meta seria de 97%, segundo o BC.

No segundo cenário, considerado mais provável pela autoridade monetária, a inflação ficaria em 6,3% em 2022 e 3,1% em 2023, com probabilidade de 88% de estouro do teto da meta.

A meta é de 3,5% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

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Caso seja confirmado, 2022 seria o segundo ano consecutivo em que o BC não consegue cumprir a meta de inflação.

Nos últimos dias, o Copom sinalizou que o fim do ciclo de aperto monetário está próximo. As estimativas, especialmente para a inflação de 2023, devem ajudar o mercado a calibrar suas expectativas sobre o comportamento da autoridade monetária.

“[…] Através das suas projeções de inflação para ambos os cenários apresentados (A – o ‘alternativo’ do comunicado; e B – com a trajetória usual dos preços do petróleo), ao nosso ver, confirmou mais uma vez que o fim do ciclo de alta da Selic está próximo”, destacaram analistas da Guide Investimentos sobre o RTI, em nota matinal.

Ações

Entre as ações, as ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) subiam 157% e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 0,78%.

As ordinárias da Vale (VALE3) subiam 0,54% e as da Siderúrgica Nacional (CSNA3) cediam 0,34%.

As preferenciais da Usiminas (USIM5) subiam 0,14%.

No setor financeiro, as preferenciais do Itaú (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4) tinham altas de 1,17% e 1,93%, respectivamente.

Papéis de empresas ligadas ao setor de tecnologia e a economia local também apresentavam altas, aproveitando-se do movimento de baixas nas taxas de juros futuros.

As units do Banco Inter (BIDI11) avançavam 10,43% e as ordinárias da Méliuz (CASH3), 9,05%.

Os ativos ON do Magazine Luíza (MGLU3) subiam 6,50% e os da Via (VIIA3), 3,54%.

Petróleo tem queda

Os preços do petróleo apresentavam quedas, com a expectativa pelos encontros e,ntre Biden e os líderes europeus.

Por volta de 13h30, no horário de Brasília, o contrato para maio do petróleo tipo Brent caía 2%, cotado a US$ 119,17, o barril.

Já o contrato para o mesmo mês do tipo WTI cedia 2,24%, negociado a US$ 112,35, o barril.

Bolsa de Moscou retoma negociações

As ações negociadas na Bolsa de Moscou tiveram forte alta no primeiro dia de negociações após quase um mês de paralisação. O último pregão havia ocorrido em 25 de fevereiro.

Os ganhos nos papéis de commodities compensaram as baixas de empresas como bancos e companhias aéreas.

O índice MOEX Rússia encerrou a sessão encurtada em alta de 4,4%, nesta quinta-feira, com o país tomando medidas para evitar grandes perdas, incluindo impedir que estrangeiros vendessem ações locais e as chamadas vendas a descoberto, para evitar uma repetição da queda de 33% vista no primeiro dia da invasão após a invasão da Ucrânia.

Apenas as ações que têm listagem primária na Rússia estavam ativas hoje. A negociação do índice RTS, em dólares permaneceu suspensa.

O governo disse em 1º de março que canalizaria até 1 trilhão de rublos (US$ 10,5 bilhões) de seu Fundo Nacional de Riqueza (NWF) para comprar ações russas abaladas por uma venda maciça no mês passado.

Seguro-desemprego nos EUA: nível mais baixo desde 1969

Os novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos caíram para o menor nível em 52 anos e meio na semana passada.

Os pedidos iniciais cederam em 28 mil, para 187 mil ajustados sazonalmente na semana encerrada em 19 de março, o nível mais baixo desde setembro de 1969, informou o Departamento do Trabalho, nesta quinta-feira.

No país, as bolsas operam com altas. Por volta de 13h30, em Brasília, o índice Dow Jones subia 0,46% e o S&P, 0,88%. A Bolsa Nasdaq tinha alta de 0,87%.

Na Europa, as bolsas fecharam com direções contrárias. A Bolsa de Londres subiu 0,09%. Em Frankfurt e Paris, ocorreram quedas de 0,07% e 0,39%, respectivamente.

As bolsas asiáticas fecharam com direções contrárias. O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio, subiu 0,25%. Em Hong Kong, houve baixa de 0,94% e, na China, de 0,63%.

 Foto: Pexels


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